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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fause Haten








Batizada de N.A.D.A., a coleção partiu da imagem de Catherine Deneuve, em A Bela da Tarde (filme que Fause não assistiu e diz que fez questão de não ver), e da falta de inspiração - como ele explica em vídeo divulgado à imprensa: "quando comecei a fazer minhas escolhas para essa coleção eu pensava em cor e não tinha nenhuma vontade, pensava em tecidos e não achava nada que me agradasse ou inspirasse". Nessa reflexão sobre o vazio, ele optou em trabalhar com apenas três cores - preto, branco e bege - couro e georgete de seda. Se o "nada" para muitos pode remeter ao minimalismo, Fause não faz parte desse clã.



Aplicações de cristais e peles ornavam vestidos em A, saias midi e camisas. Os longos, com golinha branca, eram quase uniformes de colégio interno que se opunham aos looks curtos e transparentes - talvez um jogo com a vida dupla de Séverine, personagem da atriz francesa.

Fause anda ultimamente com a cabeça mais no mundo das artes cênicas do que na moda - em 2010, o estilista voltou a fazer aulas de teatro e assinou o figurino do musical O Médico e o Monstro. Não é de se estranhar que este contexto tão próprio tenha interferido no desfile. O estilista fez de suas modelos uma plateia - assim como todos os convidados da sala - para um número de dança, com cerca de quatro minutos de duração, dirigido por José Possi Neto com os bailarinos Melissa Soares e Gustavo Lopes. Na saída do desfile, ninguém comentava as roupas, apenas o show. Num desfile de moda, será que esse é mesmo o melhor resultado para um estilista?


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